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terça-feira, 29 de junho de 2010

A 1ª INTUIÇÃO: recebendo o manto sagrado!!!


Em outros momentos da minha vida, que não foram poucos, deixei-me ser levada pela minha facilidade em comungar – estar aberta, totalmente entregue ao que o universo espiritual a mim reservava. Digamos que sou feita de intuições, sonhos, prenúncios (falas ditas do nada que muitas vezes confirmam fatos ou anunciam outros) ou até mesmo visões/vozes de pessoas queridas que já se foram, como a presença constante do meu pai querido. Algumas pessoas afirmam que sou médium de incorporação e me cobram por uma dádiva não desenvolvida. Eu, sinceramente, não pretendo desenvolver nada disso e deixo quieto. Agradeço pela boa vontade das pessoas em me sinalizar (explicar racionalmente muitas das minhas experiências) e sigo feliz, tranqüila e aceitando cada janelinha que se abre com o mundo espiritual. Pois não tenho mais medo. Já tive muito. Hoje apenas respiro e recebo como dádiva.

O mais importante é que não me deixo vencer pela minha tentativa de racionalizar, luto muito para que isso não aconteça e na hora em que tenho esses “momentos”, nem minha formação espiritual evangélica fala mais alto. Acredito que temos um único Deus e que não cabe mais em nome dele exercitar a intolerância religiosa. Pois as religiões são categorizações dos homens, apenas isso. Não importa, mesmo, o nome que rótula sua prática espiritual, o que interessa é a fé em Deus, o amor e a benignidade dos nossos atos. Como você desenvolve isso, é uma escolha sua e não minha. Por isso só você pode dar conta - ao Deus que você acredita- da sua prática espiritual e não eu, não mesmo. Não cabe a mim julgar, hierarquizar ou praticar qualquer ato de desrespeito sobre.

Por isso, quero muito compartilhar com vocês uma dádiva recebida em sonho na noite do dia 13 de dezembro de 2009. Data em que comemorava 01 ano e 3 meses de casada com Pedro. Como uma forma de dizer que nosso canal de comunicação com outros universos mais sutis está o tempo todo disponível, basta permitir, não temer. Somos, todos, centelhas de luz conduzidas por fios invisíveis que nos ligam uns aos outros e as experiências (que se quer conhecíamos). Nesses momentos não existe o que habitual ou não, o que é certo ou não, ou se são “insights” de um futuro ou o passado que é revisitado. Para mim não importa o passado, o presente ou o futuro. O que importa é a essência de Deus que chega de várias formas e nos lembra que devemos afrouxar todas as defesas – colocar as armas no chão. Para assim, receber o que me cabe ou o que te cabe. Seja na forma de um sonho, uma lembrança de alguém que já se foi, uma palavra amiga, uma paisagem da natureza que rompe com a violência diária, um gosto de manga da infância ou a sua mão nos sinalizando uma direção na vida ou até mesmo uma libertação.

Assim foi...

Acordei na madrugada do dia 13, com a forte sensação de que alguém me abraçava. Senti o peso nos ombros. Como alguém que repousa o braço e acolhe. Abri os olhos e me vi ao lado do marido, na mesma suíte do hotel que estávamos hospedados. Nada de novo. Em segundos vieram às imagens do sonho. Nossa Senhora da Conceição me abraçando e colocando seu manto azul, lindo como a cor do céu em um dia de verão. Porém mais do que a lembrança do sonho em si, era a sensação boa, de amor, de conforto e de abraço. Nunca senti uma sensação física tão forte após um sonho. A sensação do manto em minhas costas e do abraço de mãe, de amor. Naquela hora, eu pensei silenciosamente: estou grávida. A mãe de Jesus veio me abençoar com o seu manto sagrado e me anunciar à dádiva da vida. Não chorei. Apenas fiquei quieta com a sensação de um abraço recém dado. Ao acordar, contei o sonho ao marido e disse: se não estiver grávida, sei não, não acredito mais nas minhas intuições.

Nos dias seguintes, a tentativa de racionalizar essa comunhão com o plano espiritual foi inevitável. Devo confessar que a luta foi constante. Digamos que quase Nossa Senhora se tornou uma explicação bem razoável, uma simbologia para um desejo maternal, uma maternidade ainda não confirmada.

Porém a vida nos surpreende, aqueles “fiozinhos” invisíveis não nos deixam escapar... No dia em que fomos no Mercado Municipal de São Paulo comprar o bacalhau para a noite de Natal, advinha o que recebo como brinde do Empório Luzo-Brasileiro? Uma imagem de Nossa Senhora da Conceição. Senti um arrepio de imediato. Lá estava ela, com seu olhar de mãe e seu manto azul, lindo, lindo... que pude sentir nos meus ombros. Sua figura recebida em um “santinho”, ainda que “inventada” pelos humanos, não me deixaria fugir mais, ainda que quisesse.

Dias passaram. Sono, muito sono. Seios doloridos e mudanças já perceptíveis para quem desejasse ver. Eu via, sim, mas também seguia como quem não dá muita atenção. Olha e depois desfoca, sabe? Também com um marido do tipo São Tomé do meu lado, “só vendo para crer”, fica difícil! Fiz algumas estripulias. Todas perdoadas. Subi 18 andares de um edifício, fiz meu preventivo com a ginecologista, comemorações de final de ano, arrumações, faxinas mil, peso de mala, sobrinha de 10 kilos no colo, etc. (talvez, por isso, meu obstetra me chame de teimosa).

Seguia. Alguns momentos, flagrada, rememorando a sensação do abraço de Nossa Senhora. O que me fez sem dúvida, não esperar o atraso da menstruação. Dia 30 de dezembro fiz o exame de sangue...

Entretanto a busca do resultado na internet foi uma novela a parte. Meu Deus nos perdoe pela falta de fé. Me perdoe. Eu, primeiro “abri”, ou melhor, acessei outros exames pedidos pela gastro, para então no fim, ver o Beta HCG. E, é claro, gravidíssima. Já estava entrando na 3ª semana de gestação. Nem preciso dizer que foi um chororô aqui em casa. E a emoção que senti e sinto, não tenho como descrever, aqui, por enquanto.

Passado alguns instantes. Contei meu sonho a minha mãe. Uma ex- católica que se converteu a religião Batista há 25 anos. E, para minha surpresa, ela chorou mais ainda. Porque me confidenciou que quando eu nasci, devido as minhas complicações pela prematuridade (vim ao mundo com 6 meses e 13 dias e 1,200kg), ela me entregou a Nossa Senhora da Conceição. Pois ao sair do Hospital Português, passou pela imagem da santa e naquele momento disse: “minha santa, entrego minha filha aos seus cuidados”. Chorei na hora, choro agora. Fica difícil escrever. Como explicar tudo isso? Eu, não sabia de nada. Minha mãe nos escondeu sua devoção católica. Tentou apagar seu passado, quando se converteu a religião Batista. Talvez porque assim desejasse que suas filhas seguissem o novo caminho. Eu, de fato, o fiz.

O que posso mais escrever? Apenas me rendo à anunciação de Nossa Senhora. Ao seu amor de mãe, que naquela noite, na movimentada Av. Paulista, me agraciou com o seu manto sagrado e anunciou em mim, a chegada de mais um dos teus filhos.

O seu abraço ainda está aqui. E é ele que me acalma e me faz desejar cada vez mais abraçar o meu bebê. Os dias passam, os sentimentos ficam confusos às vezes, sorrio, choro, sinto meu útero expandir, meu suor tem outro cheiro, meu paladar outro sabor. Entre enjôos e momentos de plenitude, ao ver o corpo transformando-se para acolher a vida – milagre da natureza, aquieto-me para perceber a essência de Deus em mim. E, para agradecer a presença de Nossa Senhora em todos esses anos de minha vida. Uma presença silenciosa, não perceptível, se quer consciente, mas que em uma noite encarnou-se em um abraço de mãe.

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