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sexta-feira, 30 de julho de 2010
MAIS UMA FOTINHA...
quinta-feira, 29 de julho de 2010
Explicando algumas exclusões...
quarta-feira, 28 de julho de 2010
E SE A GENTE PUDESSE GUARDAR O TEMPO?
...
Nos primeiros 3 meses iniciais, ainda que muitas mudanças corporais aconteçam para que a gestação chegue até o final, como por exemplo a avalanche hormonal e todas as suas consequências (falta de disposição física ao amanhecer, instabilidade no humor, enjôo e exacerbação do olfato e paladar); parece que a encarnação da gravidez custa a chegar. Afinal são tantas sensações ambíguas, um reconhecimento interno de que, de fato, algo novo acontece e a sensação externa, de que não é bem assim. A barriga não cresceu o suficiente ainda para se ter uma imagem interna construída e volta e meia, a gente se vê levantando super rápido da cadeira, esbarrando nos lugares, em uma agilidade que não cabe mais a esse corpo. Até que a própria gravidez lhe sirva de lembrete: um repuxo no pé da barriga - um nó que se forma e você se lembra que precisa saber dividir os seus comandos corporais com outro ser.
Lembro-me que até no quinto mês de gestação com uma barriga enorme também tinha uma dificuldade de dimensionar-me no espaço. O que às vezes me causava alguns micos. Como no dia que cheguei uns 10 minutos atrasada na aula do Doutorado e fui tentar sentar nessas cadeiras escolares comuns (que tem um braço) e não coube. Fiquei meio que entalada. E foi muito engraçado, porque ainda tentava que coubesse. Até que Helena falou: “Marcinha, não dá mais”. Ou alguma coisa parecida com essa frase...Rimos muito!!!
E assim a gente segue, meio que “é ou não é”???!!!! Em um fazer-se junto sagrado. Aprendendo com cada etapa, a conceder espaços, vontades e desejos. A dividir-se, como um verbo encarnado, mesmo que você ainda não tenha aprendido a conjugar. Para que mais que de repente, chegar no 8º mês...
Tempo, tempo, tempo... E se a gente pudesse te guardar?
Guardaria o dia em que conferi o resultado do BHCG pela internet. A emoção sem palavras de estar carregando um ser dentro de mim...
O dia em que soubemos que você era uma menininha, num ir e vir de imagens da minha infância em ti. Logo pensei em você vestida de bailarina. Dando os primeiros passos no balé...
...TANTOS OUTROS MOMENTOS JUNTAS, eu e você... minha companheira de Doutorado, de aeroporto, de refeições solitárias, noites de insônia e situações engraçadas. Como a vez que no avião, um passageiro sentou ao meu lado e eu comecei a enjoar o mal cheiro que ele tinha. Como disfarçar? Ao mesmo tempo em que era tão gentil e cuidadoso com a gravidez. Conversava com ele com a cara virada na direção oposta, para a janela. Pense que situação?????
PARA AGORA CHEGAR AQUI... como quem chega e quer frear o tempo. Guardar a barriga, a sensação de você mexendo cada vez mais e me lembrando: estou chegando!
Mas sei também que outros tempos virão. A hora do parto e de ter você nos meus braços. E como sempre fazemos, provavelmente, iremos pensar que este será um tempo melhor do que o passado, porque você estará presente em nós, corporificada de outro jeito. E será um tempo de divisão partilhada. O milagre de te dividir também fisicamente com seu pai, que terá acesso direto a você, sem precisar passar por mim. E assim aprenderemos juntos que o amor não é egoísta e que a relação umbilical, também passa por fios de afetos invisíveis, tecidos de outras maneiras, não apenas a visceral entre mãe e filha.
Te aguardamos minha filha, com outros tempos...
Venha em Paz, com muito amor e protegida como a menina dos olhos de Deus!
domingo, 25 de julho de 2010
INSTINTOS ANIMAIS NA GESTAÇÃO...
Mas vamos para o que me toca... É impressionante como percebo certos traços animais em mim. Digamos que traços presentes entre os mamíferos, a começar pelos grandes e pequenos felinos. Espécie que tenho mais familiaridade, devido a minha prática como Médica Veterinária. Vamos lá...
- HABILIDADE EXTRA-SENSORIAL: Certa capacidade de prever as coisas (presságio). É claro que isso já estava aflorado em mim. Por ser uma pessoa mais atenta ao universo e as intuições. Mas com a gestação, digamos que essa habilidade veio junto com um instinto de proteção da cria, preservação da espécie. Pois outro dia aqui na rua tinha um carro estacionado atrás do carro que iríamos sair. Mas na hora que ia entrar no carro (para esperar que o de trás desse a marcha ré), recuei. Fui questionada. E disse: “Não vou entrar porque é bem capaz que o carro do fundo cause um acidente. Bata no seu. E eu dentro do carro, terei um impacto muito maior”. O que aconteceu? Exatamente isso. Uma batida sem estragos maiores, porém de grande impacto. Tanto que do lado de fora, tomei um susto tão grande, que fiquei me tremendo. E ainda ouvi: Ehhhhhh boca!
- ESTADO DE ALERTA: Sinto-me como se tivesse expandido todos os meus sentidos. O olfato, a audição, a visão, o paladar... Como estratégias corporais de sobrevivência. A exemplo, do paladar, pois se como algo e percebo que não está bom, não como. Como também a visão. Ainda que míope, parece que o campo visual ampliou-se. Hoje sinto que tenho visão periférica. Acreditem! A sensação é que tenho um tipo de radar corporal. Acoplamentos no corpo (papilas gustativas, bigode, orelhas e rabo, como nos felinos) a sinalizar se algo não vai bem. Para que, a depender da situação, possa variar entre uma extra-cautela (precaução) e ousadia (agressividade). Traços de sobrevivência herdados da espécie animal.
- OUSADIA/AGRESSIVIDADE: Quero sublinhar esse traço. Para tal tarefa, imaginem alguma fêmea lutando para proteger a sua cria. E por que tal destaque? Justamente, porque o meu comportamento habitual tende a mansidão, para não escrever certa covardia. Não costumo confrontar e nem tirar satisfação de nada. Mas agora... Tenho uma resposta afiada na boca. E sou capaz de brigar para manter a minha cria aqui comigo. Como se não houvesse mais nada importante nesse mundo, apenas o meu filhote, a minha filha. Sou capaz de dar a vida por ela. E devo dizer que isso tem gerado muito stress. Quando vejo, já disse um monte de coisas. O que dizer? Penso que são traços da personalidade herdados de maneira evolutiva da linhagem animal.
- SELEÇÃO: Digamos que é uma tendência muito ligada ao estado de alerta e pode ser traduzida como a capacidade de avaliar/selecionar qual é o lugar/ambiente seguro para habitar/estar. Pois na gravidez além das recomendações para reduzir o trânsito entre os ambientes, por conta da prevenção de doenças ou até mesmo pela própria restrição da movimentação e falta de agilidade, sinto que tem algo mais... Parece que quando chego a um ambiente, faço instintivamente uma busca territorial. Como quem faz um estudo para avaliar se o lugar que me encontro é de fato seguro. Vejo-me como um animal que estuda cada saída, cada abrigo, etc. como um mecanismo de proteção contra predadores. Falo assim, porque estou muito mais atenta às possíveis situações de perigo ou pessoas que se aproximam no cotidiano. Talvez esse traço tenha sido muito estimulado no período que fiquei sozinha em São Paulo e precisava calcular meus deslocamentos diários. Afinal era somente eu e minha cria. Quem nos salvaria?
- ECONOMIA DE ENERGIA: Ahhhhh esse traço tem sido observado constantemente. Ainda que de formas distintas nas diversas fases da gestação. Como se a fadiga, a falta de concentração e memória fossem estratégias corporais para economizar energia. Vamos contextualizar... Digamos que no início da gestação a vontade incontrolável de dormir (o sono desesperador que te faz dormir em pé, se preciso!) e certa lentidão, podem ser entendidos como comandos corporais para redução do ritmo. Afinal é preciso desacelerar e não cometer esforços desnecessários para se garantir a implantação do embrião no útero. Uma economia de energia revertida à sobrevivência do outro ser no corpo. Nesse sentido o corpo é muito inteligente, se refaz quimicamente para garantir a permanência da espécie. Já depois do 4º mês, após a fase de adaptação hormonal com todo aquele enjôo e olfato exacerbado, percebe-se uma falta de memória absurda. Assim como uma grande dificuldade em fazer conexões dos acontecimentos. Sabe aquele personagem que ficava dizendo: ahhhh é! E parava segundos tentando fazer as conexões mentais? Senti isso, principalmente nos estudos do Doutorado. A minha disponibilidade corporal para leitura decaiu mais de 60%. Para ler um capítulo de um livro demorava horas. Relia os parágrafos e as conexões demoravam a acontecer. SEM CONTAR NA PERDA DA MEMÓRIA. Esqueci nomes, telefones, nº de CPF, etc. Por isso sou uma apaixonada pelas Ciências Cognitivas e Darwin. O corpo precisa economizar energia, deslocando-a internamente. Ao invés de gastar coma lembrança do nº do CPF, por que deslocá-la para o feto? Energia para manter o bebê aquecido, alimentado e protegido.
CURSO PARA GESTANTE
sexta-feira, 23 de julho de 2010
Lavando suas roupinhas...
terça-feira, 20 de julho de 2010
O CONVITE DO CHÁ DE FRALDA
Como de costume, esse foi mais um encontro colaborativo. Juntamente com familiares e pessoas queridas nos reunimos e cada uma/um fez uma doação. A começar pelos tios Idélcio e Claúdia que cederam o espaço, a priminha Beatriz que fez o convite e o cartãozinho do bem-nascido, já tia Dilza organizou toda a arrumação (fez o bolo de fraldas, o mural e o cantinho de Maria Elisa), assim como tantas outras pessoas especiais doaram comidinhas bem gostosas para um café da manhã. Como por exemplo, tudo que vovó Beré fez (mingau de tapioca, bolo de carimã, brioche, cuscuz de tapioca, bejú na manteiga, etc.), o chocolate campeão de tia Silvinha, o bolo de aimpim e milho da vovó Alidéia, a torta de chocolate de tia Dani, a torta formiguiero da tia Lali e a torta de nozes da tia Ângela, o pão de tia Teca, a torta salgada de tia Cleide, os folhados de tia Denise e tantas outras coisas. Sabe quando todos querem colaborar em AMOR? Não podia deixar de ser diferente, afinal o meu chá de cozinha e o meu casamento foram assim. Todos reunidos em uma ação de amor. Felizes em contribuir para a celebração da chegada de Maria Elisa. E foi assim... um café da manhã delicioso. Não só pelas comidinhas, mas pela enregia de amor que estava ali. Encontros, conversa fiada, muita alegria e a certeza de que Deus é fiel. Pois ele sempre usa anjos para colaborar com a celebração da vida.
Esse é o sentido da vida: AMOR. Que está nas coisas simples. Não é verdade? AMOR-DOAÇÃO que moveu pessoas para o chá da nossa tutuca. Sem luxo e feito com arte a amor. Arte culinária, de cada pessoa que se dispôs a ir para a cozinha para preparar os deliciosos pratos e Arte pela Arte - nas lembrancinhas e enfeites feitos por pessoas não profissionais, mas com a criatividade da alma. Sem esquecer da arte-trabalho, da doação de Eliana, Gildete (fiéis companheiras do lar), da tia-madrinha lilian (que mesmo dodói estava lá), da prima Leila (tirando as fotos) e das amigas-tias: Selene e Anália.
Aproveito para agradecer por cada pessoa que esteve conosco e partilhou (partilha) desse momento de amor: Maria Elisa.
segunda-feira, 12 de julho de 2010
As primeiras festinhas...
quarta-feira, 7 de julho de 2010
O EXAME DE BETA HCG
Nome: MARCIA VIRGINIA DOS REIS MIGNAC Registro: 3110095
Médico: TERESA VIDAL CENDON D'ALMEIDA Data Cadastro:29/12/2009
BETA HCG
RESULTADO: 204.6 mUI/mL
0,2 a 1 semana de gestação : 5 a 50 mUI/mL
1 a 2 semanas de gestação : 50 a 500 mUI/mL
2 a 3 semanas de gestação : 100 a 5000 mUI/mL
3 a 4 semanas de gestação : 500 a 10000 mUI/mL
4 a 5 semanas de gestação : 1000 a 50000 mUI/mL
5 a 6 semanas de gestação : 10000 a 100000 mUI/mL
6 a 8 semanas de gestação : 15000 a 200000 mUI/mL
8 a 12 semanas de gestação : 10000 a 100000 mUI/mL
Para Elisa - Beethoven
Sabe-se que Beethoven teria composto essa obra em 1808 para uma amada... Muito suave!!
Aqui, em uma interpretação de Richard Clayderman.
ULTRA-SONOGRAFIA OBSTÉTRICA EM 30 SEMANAS E 3 DIAS
segunda-feira, 5 de julho de 2010
Migração da minha menina- bailarina...
Essa postagem começou no meu outro blog - CORPOSSIBILIDADES DANÇANTES, encontrada em: http://corpossibilidades.blogspot.com/2010/05/por-onde-andara-sua-menina-bailarina.html#comments E devo confessar que , de cara, já paguei minha língua: cá estou eu enfeitando o quarto de Maria Elisa com bonequinhas bailarinas e fazendo como lembrancinha maternidade uma bailarina de pano. Desejo mais que CONSCIENTE, de que ela tome gosto pela dança. Ai Jesus...
sábado, 3 de julho de 2010
Saudações a Maria Elisa...
Eis que de repente você chegou...
“Entre as coisas bem-vindas que já recebi”
“Entre as coisas mais lindas que conheci”
sexta-feira, 2 de julho de 2010
DA GESTAÇÃO EM MIM...
Talvez, por isso, este post seja uma fala que só encontrará abrigo entre as mães. Mulheres-mães que compartilham de um conhecimento tácito, que não necessitaria de palavras, ainda que elas estejam aqui, mas que se sabe além do verbo: pelo olhar, uma respiração, um gesto...
Um amor-corpo que se sabe fazer no riso que escapa nos lábios, ao sentir o desconforto mais prazeroso: o movimento fetal no ventre. E que atende também por muitos nomes: felicidade, contentamento e até angústia e solidão. Justamente pela incapacidade de ser verbo para o outro, com a tamanha lucidez sentida na carne. Talvez por isso, diz-se que o amor de mãe é único. Afinal que lábios ousariam a proferi-lo, se não os da pessoa que o encarnou por 9 meses?
E hoje chorei pela ausência de escuta entre nós. Pela voz que se fez muda, ainda que houvesse som. Não por culpa do outro, mas pela incapacidade de se mudar uma situação que é inerente pela sua própria natureza. Como fazer um pai encarnar um amor-gestação da mesma forma que se vive no corpo- grávido? Entender as alegrias, medos, choros, deslumbramentos, consumos exagerados , ohhhs e ahhhs, como constituintes físicos e não apenas abstratos? Saber que os medos trazidos com a proximidade do parto, não são exageros? E o quê se quer, na verdade, é abrigo, abraço e a cumplicidade da carne, na mesma intensidade sentida na relação mãe e filha (o), mesmo que se tenha apenas um ventre pleno.
E o que dizer das “não-queixas”? A perda da forma física, das novas marcas que já fazem parte do que sou agora –muitos kilos a mais, estrias, manchas e celulite, sem que sejam entendidas como parte banal da vaidade feminina, e sim como um modo de pedir um elogio, ainda que da forma inversa. De chamar o masculino para a gestação, que também se cansa de ser tão feminina e necessita de um amante que chegue trazendo mais do que flores.
E se houvesse escuta e os elogios chegassem, mesmos assim não dariam conta da tamanha intensidade sentida na gestação encarnada. Pois é no CORPO que se gesta, de modo que, o verbo SEMPRE será uma tradução insuficiente de uma FISICALIDADE existente apenas em um ou pelo menos em dois corpos.
Entre as poucas-muitas falas ou falas mal interpretadas... Entende-se que a gestação é por si uma experiência solitária, partilhada por dois (na maior parte do tempo), e não por três. Um vínculo puramente carnal que se estabelece entre mãe e filha ou mãe e filho. E que por isso, caberá tantos desencontros no tempo. Quem saberá do que se passa, aqui, se não o ventre em mim?
Escrevo aqui, não para culpabilizar o universo masculino, mas para entender o pai como um ser que é redimido, antes mesmo de proferir algo. E expressar o desejo de que os seres mais evoluídos possam ter gestações compartilhadas entre machos e fêmeas, meio a meio, para que ambos gestem na carne, verbos que são incompreensíveis fora dela. Para que então, esse amor-gestação que se estende em mim, não seja apenas um conhecimento tácito entre nós mães, mas que se sabe entre todo e qualquer ser vivente.
Talvez assim, você chegasse e me olhasse de modo diferente, sem que eu precisasse chorar por pouca coisa. Ou então ficaria do meu lado, como quem sabe muito bem o que sinto, assim como minha mãe, que toda a noite me olha e sem falar nada, me diz: sei bem o que é isso.
Quem sabe assim, os amores de pais e mães seriam muito mais próximos, ou padeceriam no mesmo paraíso?
(mu)DANÇAS...
Usa-me, estende-se para crescer
Um fazer-se gente, mudando também em mim.