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segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

MAIS UMA DE ELISA... 18/02/2013

Elisa é uma mistura: inteligência que mescla a suavidade do seu olhar, afago, beijinhos e o uso de diminuitivos - "inhos e inhas", bolsinha, joguinho, denguinho, cherinho... Com um rompante de palavras (ainda sem a apropriação do  seu significado) ditas em tom firme, provocativo e quase desaforado. Discursos em palavras-gestos, vontade de ser gente, pessoinha com seus desejos e afirmações no mundo. 

Hoje ganhou de Helena uma bolsinha de lápis. Que ela se refere: minha bolsinha. Com o pai em uma brincadeira, que repetia que a bolsinha era dele e não dela, como resposta a essa provocação paterna, jogou a bolsinha em direção aos olhos do pai. O som "splafte" anuncia que o gesto não vai terminar em coisa boa. Eu, com o coração apertado, já esperava que Pedro a repreendesse com uma palmada.  O que rolou foi uma repreensão em palavras do tipo: fez coisa errada, não se bate em papai.... etc. Na tentativa de contornar a situação, digo: filha não se pode fazer isso com papai. Peça desculpa. Ela pede, mas do jeito dela. DESCULPA! Quase aos gritos, desaforadamente. Eu retomo a conciliação: é assim que se pede desculpas? Ela novamente, grita e provoca: DESCULPA PAPAI! E a coisa vai virando confronto. Até que Pedro fica extremamente sério. E diz que estava machucado. Sabe o que ela diz: "não tem problema, passa um gelinho". "Mamãe pega um gelinho para papai". E complementa essa colocação com a seguinte pérola: "coincidência papai". Como se o jogar a bolsinha nos olhos do pai, tivesse sido uma coincidência. Coincidência papai, repetia. Agora me diz: onde aprendeu essa palavra? E que uso mais inteligente e safo foi esse? Coincidência uma solução inteligente para se redimir de qualquer responsabilidade. 

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