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quinta-feira, 19 de agosto de 2010

PARA QUÊ SE TEM UM FILHO?


Como de costume sempre assisto o programa Happy Hour do canal GNT e justamente hoje o tema foi: filhos únicos. Uma discussão bem bacana sobre mitos e verdades de quem opta em ter apenas um filho. Como especialista convidado, estava nada mais nada menos que o pediatra Leonardo Posternak.Para quem não o conhece, Dr. Leonrado é um grande médico e cientista, membro do Departamento de Pediatria do Hospital Israelita Albert Einstein/SP, co-autor de diversos livros sobre questões referentes a filhos e família.
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E dentro de uma super discussão, Dr. Leonardo levanta a seguinte questão: PARA QUÊ SE TEM UM FILHO? Seguida de outras, pontuando que a idéia de ter uma gravidez é muito diferente da de se ter um filho.
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Confesso que cheguei a respirar fundo diante de tal questionamento. Uma vez que não é costume refletir profundamente tal escolha. De modo que me perguntei: para quê fiz a opção de ter Maria Elisa?

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Sem a pretensão de esgotar a pergunta, talvez pense inicialmente nos "porquês" e não no "para quê". Pois penso que uma explicação dessa escolha, deveria vir antes de um sentido do gerar, ou seja, do significado de uma criança na vida de quem gesta e do casal que acolhe.
Nessa direção, acredito que a explicação de se ter um bebê vem inicialmente de um desejo interno de gestar. Muitas vezes, sem uma formulação racional dos motivos, e sim de uma abertura interna que passa pela ação do doar-se INCONDICIONALMENTE. Pois sinceramente, não tenho dentro de mim uma lista de razões que me levaram a ter Maria Elisa. O que sei e apenas digo do fundo do meu coração... É que sempre quis ser mãe, ainda que essa idéia não estivesse previamente pronta em mim. Ou seja, foi sendo consttruída junto com minhas vivências. Até porque, em muitos momentos da minha vida, cheguei a recuar, não pela falta de abertura interna e sim pelas circunstâncias vividas: especialmente a falta de alguém em que eu confiasse e pudesse amar de forma madura. (Posso dizer que quando conheci Pedro, a idéia de ter um filho foi revivida. Justamente, por ter a certeza de estar diante do homem que amava e de um pai em potencial).
Engraçado o que vou escrever... Sinceramente? Acho que não tenho muita aptidão na matéria maternidade. O simples fato de imaginar-me dando o 1º banho da minha filhota, me faz tremer. Mas, em compensação, o que trago dentro de mim é maior que qualquer tarefa ou desafio. SINTO-ME TOTALMENTE ENTREGUE A ESSE CHAMADO. Um chamdo que iniciou-se no plano espiritual e chegou na carne.
Assim, a opção de se ter um bebê , começou por essa doação da alma que veio muito antes da entrega do corpo, ou seja, da gestação em si. Passou por muitas renúncias e da consciência de que se fazia preciso doar-se. Se houveram conflitos? Sim!!!! MUITOS!!!! O meu Doutorado como ficaria? O futuro emprego? A minha vida acadêmica? O casamento? A dança? Entretanto, para cada pergunta - sem resposta, tinha-se uma certeza: era chegado o tempo. Não poderia haver mais adiamentos. E dentro de mim, essa certeza era maior que tudo... MAIOR QUE O MEDO DE ESQUECER-ME.
Não sei se consigo ser clara o suficiente. Mas a minha opção em ter minha filha veio de uma entrega, que eu nem sabia que era capaz. Nunca conheci tamanha vontade. E hoje, sei que o que conhecia/entendia era tão insignificante diante do que trago agora. Pois, não existe nada mais importante do que esse ser que carrego em mim. Ainda que seja árdua a tarefa de gestar.
Escrevo como quem testemunha, que apesar de todas as dificuldades que passei e passo (principalmente a saudade de Pedro), sem contar as transformações sentidas na carne, digo que meu corpo se doa cada vez mais. Se estende para Maria Elisa. E assim o faz sem PUDORES e sem RESTRIÇÕES. Renunciando-se para que ela se faça carne da nossa carne e se doe a nós, como eu e Pedro, nos doamos a ela.
Para quem se pergunta se deve ou não ter um filho? Eu pediria para pensar no que significa a ação de doação. Se você está pronta para doar-se? DOAR-SE para o outro, na mesma medida que o outro vai ser doado a vida. Pois nessa ação reside a chave para a resposta da outra questão: Afinal, para quê se tem um filho? Eu responderia, para entregá-lo ao mundo, em continuidade ao gesto de doação. DOA-SE PARA DOAR.
Você está disponível a essa tarefa? Não cabe, aqui, respostas prontas e sim, um sentido maior de entrega. Volte-se para o seu corpo, e receba um chamado maior, o chamado da sua natureza. Saiba que seu corpo lhe responderá sem enganos.

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